Deputado diz que indefinição e restrição do uso das áreas úmidas traz perdas à economia do Araguaia
Deputado do Araguaia afirma que 4,5 milhões de hectares podem não ter atividade econômica; prefeito de Cocalinho fala em perda de R$ 3,5 milhões até meio do ano
O Araguaia tem metade, ou seja, 17 dos 34 municípios que podem ser prejudicados, caso persista o entendimento da Justiça de que as áreas úmidas do Vale do Araguaia sejam consideradas como Pantanal, ou tenham restrição para uso do solo.
Se mantiver este entendimento, a projeção é de que 4,5 milhões de hectares não possam ter atividade agropecuária, ou qualquer outro licenciamento para empreendimento econômico.
"A economia do Araguaia já está perdendo com a insegurança jurídica diante da restrição do uso com a indefinição das áreas úmidas. Tenho conversado com prefeitos e empresários", alerta o deputado Dr Eugênio de Paiva.
"Duas minas no município de Cocalinho, como o Calcário Vale do Araguaia, são responsáveis por todo o calcário utilizado no Araguaia e no Xingu", diz o deputado. A restrição do uso ou não das áreas úmidas do Vale do Araguaia e Vale do Guaporé está em disputa judicial no Estado de Mato Grosso.
"É um impacto muito grande; são 2 milhões e 200 mil hectares de áreas plantadas em soja, algodão e milho que vão sofrer o impacto imediato devido à não exploração dessa mina de calcário", compara Dr. Eugênio sobre a restrição do uso das áreas úmidas, algumas das quais consolidadas há décadas.
Menos receita pública
O prefeito de Cocalinho, Márcio Conceição Nunes de Aguiar "Baco", já percebeu o impacto da insegurança e indefinição sobre a restrição do uso da área úmida no Vale do Araguaia.
"O investimento do ISSQN, calculado de janeiro até 30 de maio, foi de menos três milhões e meio. Para um município pequeno como o nosso, é uma tirada de pé bem grande (redução). Isso mostra o medo da nossa região com as áreas úmidas. Da forma colocada como Pantanal, o que para nós não é realidade. E isso trouxe medo para os pecuaristas e a população", lamenta. O ISSQN é o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza, de recolhimento municipal.
O prefeito diz como ocorreu a perda do recurso para a prefeitura ao longo da atividade econômica. "Tivemos uma grande queda da receita do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e ICMS. Mas a grande queda foi de ISSQN, através dos produtores rurais. São eles que fazem investimento, que contrata caminhão de calcário, alguém para fazer a cerca e tem que tirar a nota fiscal para receber", acrescenta.
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